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sábado, 26 de janeiro de 2013

NADA MUDOU........................

Maiores salários do Paraná - Executivo e legislativo de Guarapuava

Menores salários da região - Professores Municipais de Guarapuava

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

DESABAFO


Artigo: Desabafo




"Deixam para nós muitas responsabilidades, como o futuro do país, que devemos formar cidadãos críticos, mas não temos adequadamente espaço físico, materiais e outros suficientemente para desenvolver um trabalho com mais riqueza", escreveu Gilda

Gilda Terezinha Primak Mamede
Alessandro de Melo referiu-se, em artigo publicado em 14 de novembro no Diário de Guarapuava, ao salário dos professores do ensino superior. Eu, em contrapartida, coloco a situação dos professores municipais de Guarapuava, principalmente da periferia da cidade.


Ele escreveu no artigo “Otimismo e Pessimismo” que a universidade é um local ideal para se acomodar, com salários acima da média regional e abaixo da média nacional do ensino superior das federais e estaduais citando como exemplo as paulistas.


Coloco os profissionais da educação municipal como acomodados, recalcados, amedrontados e cansados em busca de um melhor reconhecimento salarial.
Profissionais com melhores remunerações como: médicos, advogados, governantes da esfera federal, estadual e municipal, passaram pelas séries iniciais de escolas públicas, pois sem elas não seriam hoje o que são.



Será que os guarapuavanos sabem quanto um profissional da educação recebe mensalmente? Esse não vive, sobrevive, necessita trabalhar arduamente 8 horas diariamente para isso. Uma jornada de muita luta, não sobrando tempo, nem financeiro para buscar formação profissional sendo pouco oferecido pelo município, e, quando oferecido, normalmente são ministrados por profissionais às vezes menos preparados que os ouvintes.


Muitos de nós profissionais do ensino viemos ou ainda estamos no campo e com muito sacrifício cursamos uma graduação e pós-graduação, depois dos 40 anos de idade por motivos financeiros e disponibilidade de tempo.


Para se governar o país, o Estado ou município não é exigido curso superior, mas, para nós sim. E quanto recebem a mais para “trabalhar” três ou no máximo quatro dias na semana algumas horas para apresentarem projetos os quais são mudança de nomes de ruas ou os sentidos das mesmas?


Indignada fiquei quando em conversa com um vereador durante uma paralisação reivindicando melhor remuneração da classe, ele não sabia ou fingiu não saber quanto um professor da rede municipal de ensino recebe por mês e como não bastasse disse:
- “Nossa! Vocês ganham menos que a doméstica lá de casa, mas nós trabalhamos muito”.



Como se o professor não trabalhasse.


Deixam para nós muitas responsabilidades, como o futuro do país, que devemos formar cidadãos críticos, mas não temos adequadamente espaço físico, materiais e outros suficientemente para desenvolver um trabalho com mais riqueza.


Trabalhamos com 30, 35 até mais alunos numa sala de aula que, no inverno é gelada e, no verão, abafada causando sonolência. São crianças que saem de casa muito cedo, que já chegam com fome, com sono e cansados devido ao deslocamento que dura mais ou menos1 ou 2 horas até chegar à escola.


Será que uma criança terá rendimento com tantos fatores negativos a seu favor?


Muitos dos profissionais da rede municipal de ensino começam a trabalhar muito cedo pelo regime estatutário, sem direito a FGTS e outros benefícios que  a aposentadoria requer e se faz necessário 25 anos de contribuição e 50 anos de idade, com um soldo mensal de R$ 1.300.


E pergunto:
- É justo um salário como esse? Depois de ter dado os melhores anos de nossas vidas?



Outra pergunta: Pago aluguel, alimentação, remédios, exames ou consultas?


Ainda:
E o lazer, aquela viagem tão sonhada e outras coisas que  poderia fazer depois de aposentado, não pertencem aos profissionais da educação da rede municipal de Guarapuava?

Quem escreveu este artigo é professora da rede municipal de ensino de Guarapuava (PR), nas séries iniciais desde a década de 80.
Disponível em http://guarapuava.diarioagora.com.br/noticias/opiniao/28,10244,30,11,artigo-desabafo.shtml